Trovas - página 04

          Curvada ao peso da idade,

a vovó, serena e bela,
distrai o tempo e a saudade
entre o novelo e a novela...
                                           

A. A. de Assis – Maringá

 

         Se tenho o amor que mereço,

se gozo a paz que sonhei,
a vida cobrou-me um preço
e é certo que já paguei.

José Ouverney – Pindamonhangaba

 

   

            Quero de novo aprender

para depois ensinar
como se deve viver
conjugando o verbo amar.

Antônio M. Sardenberg – São Fidélis

 

              No rodeio do existir,

peço a Deus, a todo instante,
que eu não caia e, se cair,
com mais força me levante.

Newton Vieira – Curvelo

 

   

       Promessas! Ah, quem me dera,

um dia, alguma alcançar!...
E, ao final de tanta espera,
ver que valeu esperar!...

Cyrléa Neves – Nova Friburgo

 

        Mãos que imploram, na pobreza;

       mãos que assistem seus irmãos.
      – Quanto amor, quanta beleza,
     há no encontro dessas mãos!
 

  Orlando Brito – São Luís  


 

   

           Tal e qual meu pé de rosa,

que ao ser podado floresce,
esta saudade teimosa,
quanto mais podo, mais cresce!...

Carolina Ramos – Santos

 

        Planta um beijo em meu jardim,

meu amor, quando te fores,
que ao ver teu beijo florir
murcharão as outras flores!

Pedro Emílio – São Fidélis

 

   

           Nosso romance de amor

começou bem diferente...
Foi nosso computador
que aproximou mais a gente!

Gislaine Canales – B. Camboriú
 

            Neste meu triste viver,

sem ser de alguém hoje a amada,
eu me sinto o anoitecer
que não vai ter alvorada.

Thereza Costa Val – B. Horizonte

 

   

          A uma ofensa que machuca,

por mais que me queime ou doa,
se meu sangue diz – “Retruca!”,
a minha alma diz – “Perdoa!

Heron Patrício – São Paulo

 

           Sou asa de passarinho...

nasci cantiga de fonte...
Para mim, qualquer caminho
tem miragem no horizonte!

Waldir Neves – Rio