Gilberto Vaz de Melo

 

 

Pobre mar que me assusta tanto

Quando aproximo-me de você.

E o grito feroz de suas ondas

Se cala na praia

Fulminadas por simples grãos de areia.

Pobre mar de Guarapari

Que me causa temor,

Quando à noite ponho-me a te contemplar...

E no silêncio infinito percebo

A indefesa força do homem.

Pobre mar...

Que oculta segredos e vidas distantes.

Pobre mar que me assusta tanto... tanto...

Mas nem tanto, pobre mar

Quanto a pequenos traços de água,

De idêntico sabor

Que correm pelas faces de uma determinada mulher.

 

 

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