Fitando minhas mãos , recordo meu destino
e lembro minha infância embalada em folguedos;
quanta saudade tenho ao ver meu ser menino,
sem nunca imaginar da vida os seus segredos.

Com enorme prazer, nos dedos descortino,
de meu doce passado, inúmeros enredos;
e em cada teia eu sinto o puro amor divino,
sem olvidar jamais meus pueris brinquedos.

Mas a vida, nem sempre um fulgor de doçura,
às vezes bem cruel destrói toda ternura,
fazendo então de mim um ser cheio de dor.

Porém, revendo agora estas mãos bafejadas,
eu quero agradecer, com preces sublimadas,
o dom que recebi das mãos do Criador.
 

 

 

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