Maria Inês Simões

 

Acordo todas as manhãs e penso “mais um dia”
Vejo o sol que brilha, as crianças na rua e na poesia
Homens que vão ao trabalho de rostos cansados
Racionais que vagueiam sem donos agoniados

A vida continua em suas estações
Na Primavera o verso se enfeita de ilusões
No Verão o calor desperta eternas lições
No Outono a colheita declina em acepções
No Inverno, o verso se encolhe em opressões

Em nome do verso...

As dores se acumulam no tempo que passa
E seguem em suas manhãs solitárias
E como jóia de pedra única engastada
Ou pequeno vaso alto e esguio para flores
Sobrevive no ermo dos meus olhos
Sem pressa... Sem pessoa... Em quase nada
Ainda resiste a vida em suas estações

 

 

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