Margot de Freitas Santos

Juiz de Fora - MG

 

 

O dia clareia, mais um desafio.
Homem castigado sela seu cavalo,
Ajusta a carroça, solta um assobio,
Manuseia o chicote, ecoa um estalo.

Carroceiro irritado, sobe a avenida.
Motoristas gesticulam exasperados,
Lugar de carroceiro não é na avenida,
Carroceiro e carros um emaranhado.

Do ranger das rodas ecoa uma sinfonia.
Lembranças! Vozes ecoam... “bom dia”.
Foi entregador, vendedor, subserviente.
Hoje, apenas um sobrevivente descrente.

Gente, carros, buzinas...incompreensão.
Carroceiro na avenida...pensa na vida.
Coração acelerado...lembra o passado,
A doçura do povo, respeitando sua lida
 

 

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