José Antonio Jacob

 

 

Lembras-te tu do vinho da ilusão,
Que, entre olhares confusos de fumaças,
Bebemos devagar em nossas taças
E que nos deu delírios de paixão?

Bem me lembro dos risos nas vidraças
E da música suave no salão,
E que ninguém mais nos prestava graças
Quando toquei de leve a tua mão.

E enquanto te fiz tratos de carinho
E amei teus olhos grandes e indecisos,
Fitaste-me a sorrir em desvario...

E zonzo, para o sempre, fui sozinho,
Levando na lembrança os teus sorrisos
E o coração no peito mais vazio...
 

 

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Do livro Almas Raras de José Antonio Jacob