Dos ramos do pinheiro reluzente,
lindas esferas pendem, caprichosas,
e eu vejo em cada uma a cena ambiente
refletida nas cores luminosas.


A mesma sala, o piano, a claridade
vazando pelas dobras da cortina;
os mesmos quadros que, apesar da idade,
resistem mudamente ao tempo e à ruína.


Onde porém, se esconde aquele encanto,
aquele cândido prazer de outrora?
Meus olhos tristes varrem cada canto,
mas há somente a solidão, agora.


E eu triste evoco imagens tão distantes,e
e busco-lhes a sombra em cada esfera...
Ah se voltasse tudo a ser como antes!...
Ah se o Natal voltasse a ser como era!...



Dorothy Jansson Moretti



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