Antonio Manoel Abreu Sardenberg

 

Não quero jamais servir de pretexto!
Aceito ouvir de você que não presto.
Quero estar fora desse seu contexto;
Na prova dos noves, sobrei - sou resto!
 



Não faça de mim seu mero objeto,
Jamais servirei pra ser seu escudo.
Não fujo da raia - jogo direto...
Se pra você eu não sirvo pra nada,
Pra muita gente sirvo pra tudo.
 



Não jogue as cartas pensando ser forte,
Não faça do aço faca afiada
Que crava e corta fazendo ferida,
Entra na carne deixando abatida
A fera atingida em golpe de morte.
 



Não diga que "ama" um "amor" que odeia,
Não marque o encontro que depois adia,
Não pinte a vida tão triste e tão feia,
Não prenda sua presa firme na teia
Pra ser o alimento - prato do dia.
 



Não cante vitória. Aguarde a disputa,
Espere com calma o fim da partida,
Aprenda que a vida é feita de luta,
Luta cravada, sangrenta, renhida...


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