Antonio Manoel Abreu Sardenberg

 

 

Já quase não sou ninguém
Pois quase tudo acabou;
Essa vida vai e vem
E quase nunca se tem
O que a gente desejou.
 



A vida brinca com a gente,
Faz ciranda, estripulia,
Muda da noite pro dia,
Deixa a gente sem paragem,
Sem norte e sem abrigo,
Depois nos põe de castigo
Numa pura molecagem.


Ela tem seus artifícios,
Suas manhas e mandingas,
Faz da trama seu ofício,
Do caso ela escreve um conto,
Nos traz a felicidade,
E depois nos tira. E pronto!



A vida é uma novela
Repleta de novidade.
Se apaixonamos por ela,

Nos faz vítima a mazela
E nos deixa na saudade.
 

 

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