Antonio Manoel Abreu Sardenberg

 



 
O pobre catando lixo
E o poder só no luxo
A cambada nem se lixa
Só tem a idéia fixa
No seu salário que é farto
No seu abono que é fixo.

Usa um discurso que é falso
Fingindo ser boa gente
Enganando o pobre incauto
Vira as costas pro indigente
Faz mau uso do erário
Fica rico de repente...

Só vive de mordomia
Cheio de facilidade
Sua vida é só folia
Carnaval o ano inteiro
Pois não lhe falta dinheiro
E mesmo com o rei deposto
Vive de pura mamata
Enquanto o povo se mata
De tanto pagar imposto...

Mas um dia a casa cai
Isso não vai demorar
O povo não vai querer
Nem o pobre agüentar
Ficar segurando a vaca
Pra vagabundo mamar!

 

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