(Esta poesia foi dedicado ao tio Helmo, o irmão mais novo de minha mãe, entre os outros dez.

Este tio foi muito especial para todos os sobrinhos, porque sendo o mais novo

conviveu conosco durante boa parte de nossa infância e adolescência.

Com ele aprendemos a pescar, a caçar, a tomar banho no rio,

com ele vivemos a liberdade e conhecemos a felicidade da vida do interior)

 


Como tio, um irmão...
Dos irmãos o benjamim.
Puçá, caniço, pião,
Lagosta, robalo, ilusão,
Na nossa Ipuca de então
Vivíamos a vida assim:
 


Pescaria no Paraíba,
Peladas no areal,
Chute de bico na bola,
Peixe fisgado no anzol.
 


E no quarto da vovó,
Às seis horas, todo dia,
A família de joelhos,
Aos pés da Virgem Maria,
Agradecia ao Bom Deus
Toda a fé que nos unia.
 


Na festa do Padroeiro,
Nosso São Sebastião,
Foguetórios e retretas,
Quermesse, missa, leilão...
Nossos pés andando juntos
Percorrendo a procissão.
 

 

Mas na vida, cada um,
Tal e qual o andarilho,
Vai buscar o seu caminho,
Pés bem ficados no trilho!
 


E o tempo vai passando,
Cada um vai pro seu lado,
Pois o mundo é mesmo assim:
Saudade manda recado,
A gente ouve sua voz,
Ela entrando no peito,
Coração doendo em nós.
 


Mas quando nos reunimos,
Os olhos voltam a brilhar
Ao recordar um passado
Que nunca vai acabar.
Puçá, caniço, pião,
Peladas no areal,
Festa do padroeiro,
Novena e procissão...
Vovó Zizi, nossos tios...
Tio Helmo, nosso irmão!

Todos os direitos reservados ao autor