Antonio Manoel Abreu Sardenberg

 

 

Doce lembrança, que amarga tanto,
Tornando pranto frágil alegria
Durou tão pouco, curta fantasia...
Jurava crer, ser seu amor tão santo!
 



De santidade ele não tinha nada
E de loucura quase nada tinha,
E essa culpa, que não foi só minha,
Surgiu serena numa madrugada...


Quando confuso o coração aceita
O palpitar incerto e inseguro
Nossa emoção com razão rejeita;
Vem o conflito, o medo e o apuro.


E junto deles vem o abandono,
Já não tem norte o peito tão sofrido
E nossa razão, como um cão sem dono,
Perde a esperança - fica sem juízo!

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