Antonio Manoel Abreu Sardenberg

São Fidélis "Cidade Poema"

 

 


Sol a pino acena a seca
Lá na lagoa o sapo coaxa
Lavrador constrói a cerca
Lavadeira lava a colcha
O lenhador decepa a acha.


Tarde tarda, mas não falha
Noite é feita pra folia
Água fresca está na talha
Peixe que foge da malha
É fisgado um outro dia.


O trem só anda no trilho
Mede-se o alqueire com a trena
Ouro novo tem mais brilho
E estrofe com estribilho
Repete o trecho da cena.


Menina que usa decote
Querendo mostrar o colo
Está mais sujeita ao bote
Quem tem sede vai ao pote
E a presa acaba no solo.


Toda noite sempre encanta
Quando tem lindo luar
Passarinho que não canta
Nunca consegue encantar.


E eu fico aqui no meu canto
Louquinho pra lhe falar:
Deixe-me enxugar o pranto
No calor que vem do encanto
Do fogo do seu olhar...

 

Todos os direitos reservados ao autor