Biografia
Luís Guimarães Júnior (L. Caetano G. J.), diplomata,
poeta, romancista e teatrólogo, nasceu no Rio de Janeiro, RJ,
em 17 de fevereiro de 1845, e faleceu em Lisboa, Portugal, em
20 de maio de 1898. Foi um dos dez membros eleitos para se
completar o quadro de fundadores da Academia Brasileira de
Letras, onde criou a Cadeira n. 31, que tem como patrono o
poeta Pedro Luís.
Era filho de Luís Caetano Pereira Guimarães, português, e de
Albina de Moura, brasileira. (Há uma divergência na data de
seu nascimento: Sílvio Romero indica o ano de 44; outras
fontes registram 1847. A filha do poeta, D. Iracema Guimarães
Vilela, forneceu a Múcio Leão a data de 45.) Fez os primeiros
estudos no Rio de Janeiro. Aos dezesseis anos escreveu o
romance Lírio branco, dedicado a Machado de Assis. Partiu para
São Paulo, a fim de continuar os estudos preparatórios, e lá
recebeu uma carta de Machado de Assis animando-o a prosseguir
na carreira das letras. Fez o curso de Direito no Recife entre
1864 e 1869. Ali assistiu ao desenvolvimento da "escola
condoreira", em que tomou parte mais ou menos diretamente.
Continuou a escrever, multiplicando-se no jornalismo e
escrevendo livros de contos, comédias e poesias. Aos 28 anos,
apaixonado por Cecília Canongia, cogitou de se casar. Sua
situação no jornalismo e nas letras, embora brilhante, não lhe
proporcionava os meios para viver estavelmente. O poeta e
amigo Pedro Luís, então ministro dos Negócios Estrangeiros,
oferece-lhe um lugar na diplomacia como secretário de Legação
em Londres. De 1873 a 1894, passou por vários outros postos,
em Santiago do Chile, em Roma, onde serviu sob as ordens de
Gonçalves de Magalhães, e em Lisboa; foi, depois, como enviado
extraordinário, para Veneza. Em 1894, transferiu-se, já
aposentado, para Lisboa, onde veio a falecer.
Em Lisboa, como secretário de Legação, teve ocasião de
conhecer alguns dos mais ilustres espíritos do tempo. Foi
amigo de Ramalho Ortigão, Eça de Queirós, Guerra Junqueiro,
Fialho de Almeida. Distinguia-se como poeta e como homem do
mundo. Ramalho Ortigão assim o definiu: "Como poeta, ele é um
primeiro adido à legação da elegância... O seu estilo tem um
lavor de renda, uma suavidade de veludo e um fresco perfume de
toilette." Tinha predileção pelas cidades da arte e do
pensamento. O poeta celebra Londres, celebra Roma. Mais que
tudo, porém, recorda o seu país. Suas principais obras são
Corimbos e Sonetos e rimas. O primeiro representa a fase em
que vivia no Brasil (1862 a 1872); o outro, o período em que
residiu na Europa. A apreciação de críticos e estudiosos como
Vicente de Carvalho, Medeiros e Albuquerque e Carlos de Laet,
foi de pleno reconhecimento da poesia de Luís Guimarães
Júnior. Seus sonetos revelam um grande apuro da forma,
combinações métricas finas e sutis, e o gosto pelos motivos
exóticos que ele pôde sentir e observar em suas peregrinações
por terras estrangeiras. Romântico de inspiração, mas já
dentro da orientação parnasiana, ele foi, no apuro da
expressão, um precursor da poesia de Raimundo Correia, Bilac e
Alberto de Oliveira.
Obras: Lírio branco, romance (1862); Uma cena contemporânea,
teatro (1862); Corimbos, poesia (1866); A família agulha,
romance (1870); Noturnos, poesia (1872); Filigranas, ficção
(1872); Sonetos e rimas, poesia (1880); Contos sem pretensão
(1872); e várias peças de teatro.
Fonte de Pesquisa: biblio.com.br A Biblioteca Virtual de
Literatura
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