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                                          Biografia  
                                          
                                           
                                          Olavo Bilac 
                                          (Olavo Braz Martins dos Guimarães 
                                          Bilac), jornalista, poeta, 
                                          inspetor de ensino, nasceu no Rio de 
                                          Janeiro, RJ, em 16 de dezembro de 
                                          1865, e faleceu, na mesma cidade, em 
                                          28 de dezembro de 1918. Um dos 
                                          fundadores da Academia Brasileira de 
                                          Letras, criou a Cadeira nº 15, que tem 
                                          como patrono Gonçalves Dias.  
                                           
                                          Eram seus pais o Dr. Braz Martins dos 
                                          Guimarães Bilac e D. Delfina Belmira 
                                          dos Guimarães Bilac. Após os estudos 
                                          primários e secundários, matriculou-se 
                                          na Faculdade de Medicina no Rio de 
                                          Janeiro, mas desistiu no 4º ano. 
                                          Tentou, a seguir, o curso de Direito 
                                          em São Paulo, mas não passou do 
                                          primeiro ano. Dedicou-se desde cedo ao 
                                          jornalismo e à literatura. Teve 
                                          intensa participação na política e em 
                                          campanhas cívicas, das quais a mais 
                                          famosa foi em favor do serviço militar 
                                          obrigatório. Fundou vários jornais, de 
                                          vida mais ou menos efêmera, como A 
                                          Cigarra, O Meio, A Rua. Na seção 
                                          “Semana” da Gazeta de Notícias, 
                                          substituiu Machado de Assis, 
                                          trabalhando ali durante anos. É o 
                                          autor da letra do Hino à Bandeira.  
                                           
                                          Fazendo jornalismo político nos 
                                          começos da República, foi um dos 
                                          perseguidos por Floriano Peixoto. Teve 
                                          que se esconder em Minas Gerais, 
                                          quando freqüentou a casa de Afonso 
                                          Arinos em Ouro Preto. No regresso ao 
                                          Rio, foi preso. Em 1891, foi nomeado 
                                          oficial da Secretaria do Interior do 
                                          Estado do Rio. Em 1898, inspetor 
                                          escolar do Distrito Federal, cargo em 
                                          que se aposentou, pouco antes de 
                                          falecer. Foi também delegado em 
                                          conferências diplomáticas e, em 1907, 
                                          secretário do prefeito do Distrito 
                                          Federal. Em 1916, fundou a Liga de 
                                          Defesa Nacional.  
                                           
                                          Sua obra poética enquadra-se no 
                                          Parnasianismo, que teve na década de 
                                          1880 a fase mais fecunda. Embora não 
                                          tenha sido o primeiro a caracterizar o 
                                          movimento parnasiano, pois só em 1888 
                                          publicou Poesias, Olavo Bilac 
                                          tornou-se o mais típico dos 
                                          parnasianos brasileiros, ao lado de 
                                          Alberto de Oliveira e Raimundo 
                                          Correia.  
                                           
                                          Fundindo o Parnasianismo francês e a 
                                          tradição lusitana, Olavo Bilac deu 
                                          preferência às formas fixas do 
                                          lirismo, especialmente ao soneto. Nas 
                                          duas primeiras décadas do século XX, 
                                          seus sonetos de chave de ouro eram 
                                          decorados e declamados em toda parte, 
                                          nos saraus e salões literários comuns 
                                          na época. Nas Poesias encontram-se os 
                                          famosos sonetos de “Via-Láctea” e a 
                                          “Profissão de Fé”, na qual codificou o 
                                          seu credo estético, que se distingue 
                                          pelo culto do estilo, pela pureza da 
                                          forma e da linguagem e pela 
                                          simplicidade como resultado do lavor.
                                           
                                           
                                          Ao lado do poeta lírico, há nele um 
                                          poeta de tonalidade épica, de que é 
                                          expressão o poema “O caçador de 
                                          esmeraldas”, celebrando os feitos, a 
                                          desilusão e morte do bandeirante 
                                          Fernão Dias Pais. Bilac foi, no seu 
                                          tempo, um dos poetas brasileiros mais 
                                          populares e mais lidos do país, tendo 
                                          sido eleito o “Príncipe dos Poetas 
                                          Brasileiros”, no concurso que a 
                                          revista Fon-fon lançou em 1º de março 
                                          de 1913. Alguns anos mais tarde, os 
                                          poetas parnasianos seriam o principal 
                                          alvo do Modernismo. Apesar da reação 
                                          modernista contra a sua poesia, Olavo 
                                          Bilac tem lugar de destaque na 
                                          literatura brasileira, como dos mais 
                                          típicos e perfeitos dentro do 
                                          Parnasianismo brasileiro. Foi notável 
                                          conferencista, numa época de moda das 
                                          conferências no Rio de Janeiro, e 
                                          produziu também contos, crônicas e 
                                          obras didáticas.  
                                           
                                          Obras: Poesias (1888); Crônicas e 
                                          novelas (1894); Crítica e fantasia 
                                          (1904); Conferências literárias 
                                          (1906); Dicionário de rimas (1913); 
                                          Tratado de versificação (1910); Ironia 
                                          e piedade, crônicas (1916); Tarde 
                                          (1919); Poesia, org. de Alceu Amoroso 
                                          Lima (1957).   |