Biografia
Guilherme de Almeida
(G. de Andrade e A.),
advogado, jornalista,
poeta, ensaísta e
tradutor, nasceu em
Campinas, SP, em 24 de
julho de 1890, e faleceu
em São Paulo, SP, em 11 de
julho de 1969. Eleito para
a Cadeira n. 15, na
sucessão de Amadeu Amaral,
em 6 de março de 1930, foi
recebido, em 21 de junho
de 1930, pelo acadêmico
Olegário Mariano.
Filho do jurista e
professor de Direito
Estevam de Almeida,
estudou nos ginásios Culto
à Ciência, de Campinas, e
São Bento e N. Sra. do
Carmo, de São Paulo.
Cursou a Faculdade de
Direito de São Paulo, onde
colou grau de bacharel em
Ciências Jurídicas e
Sociais, em 1912.
Dedicou-se à advocacia e à
imprensa de São Paulo e do
Rio de Janeiro. Foi
redator de O Estado de São
Paulo, diretor da Folha da
Manhã e da Folha da Noite,
fundador do Jornal de São
Paulo e redator do Diário
de São Paulo.
A publicação do livro de
poesias Nós (1917),
iniciando sua carreira
literária, e dos que se
seguiram, até 1922, de
inspiração romântica,
colocou-o entre os maiores
líricos brasileiros. Em
1922, participou da Semana
de Arte Moderna, fundando
depois a revista Klaxon.
Percorreu o Brasil,
difundindo as idéias da
renovação artística e
literária, através de
conferências e artigos,
adotando a linha
nacionalista do
Modernismo, segundo a tese
de que a poesia brasileira
"deve ser de exportação e
não de importação". Os
seus livros Meu e Raça
(1925) exprimem essa
orientação fiel à temática
brasileira.
A essência de sua poesia é
o ritmo "no sentir, no
pensar, no dizer". Dominou
amplamente os processos
rímicos, rítmicos e
verbais, bem como o verso
livre, explorando os
recursos da língua, a
onomatopéia, as
assonâncias e aliterações.
Na época heróica da
campanha modernista, soube
seguir diretrizes muito
nítidas e conscientes, sem
se deixar possuir pela
tendência à exaltação
nacionalista. Nos poemas
de Simplicidade, publicado
em 1929, retornou às suas
matrizes iniciais, à
perfeição formal
desprezada pelos outros,
mas não recaiu no
Parnasianismo, porque
continuou privilegiando a
renovação de temas e
linguagem. Sobressaiu
sempre o artista do verso,
que Manuel Bandeira
considerou o maior em
língua portuguesa.
A sua entrada na Casa de
Machado de Assis
significou que ela abria a
sua porta aos modernistas,
depois de ter recusado o
apelo de Graça Aranha para
modernizar-se, na
memorável conferência
sobre "O espírito
moderno", em 1924. Formou,
com Cassiano Ricardo,
Manuel Bandeira e Alceu
Amoroso Lima, o grupo dos
que lideraram a renovação
da Academia.
Em 1932 participou da
Revolução
Constitucionalista de São
Paulo. Distinguiu-se
também com heraldista. É
autor dos brasões-de-armas
das seguintes cidades: São
Paulo (SP), Petrópolis
(RJ), Volta Redonda (RJ),
Londrina (PR), Brasília
(DF), Guaxupé (MG),
Caconde, Iacanga e Embu
(SP). Compôs também um
hino a Brasília, quando a
cidade foi inaugurada. Em
concurso organizado pelo
Correio da Manhã foi
eleito, 16 de setembro de
1959, "Príncipe dos Poetas
Brasileiros" (4o do
título).
Era membro da Academia
Paulista de Letras; do
Instituto Histórico e
Geográfico de São Paulo;
do Seminário de Estudos
Galegos, de Santiago de
Compostela; e do Instituto
de Coimbra.
Traduziu, entre outros, os
poetas Paul Géraldy,
Rabindranath Tagore,
Charles Baudelaire, Paul
Verlaine e, ainda, Huis
clos (Entre quatro
paredes) de Jean Paul
Sartre.
Principais obras: Nós,
poesia (1917); A dança das
horas, poesia (1919);
Messidor, poesia (1919);
Livro de horas de Soror
Dolorosa, poesia (1920);
Era uma vez..., poesia
(1922); A flauta que eu
perdi, poesia (1924); Meu,
poesia (1925); Raça,
poesia (1925);
Encantamento, poesia
(1925); Do sentimento
nacionalista na poesia
brasileira, ensaio (1926);
Ritmo, elemento de
expressão, ensaio (1926);
Simplicidade, poesia
(1929); Você, poesia
(1931); Poemas escolhidos
(1931); Acaso, poesia
(1938); Poesia vária
(1947); Toda a poesia
(1953).
Fonte
de Pesquisa: Academia
Brasileira de Letras (www.academia.org.br)
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