Biografia
Cecília Meireles, alta expressão da poesia feminina no
país. Sua obra figura entre os grandes valores da
literatura de língua portuguesa do século XX.
A obra poética de Cecília Meireles ocupa lugar singular na
história das letras brasileiras por não pertencer a nenhuma
escola literária. Alta expressão da poesia feminina
brasileira, inclui-se entre os grandes valores da literatura
de língua portuguesa do século XX.
Cecília Meireles nasceu no Rio de Janeiro RJ em 7 de novembro
de 1901. Órfã muito cedo, foi educada pala avó materna e
diplomou-se professora pelo Instituto de Educação em 1917.
Viajou pela Europa, Estados Unidos e Oriente e logo dedicou-se
ao magistério. No exercício da profissão, participou
ativamente do movimento de renovação do sistema educacional
brasileiro. Fundou, em 1934, a primeira biblioteca infantil do
país e, de 1936 a 1938, lecionou literatura luso-brasileira,
técnica e crítica literária na universidade do então Distrito
Federal. Ensinou na Universidade do Texas (1940) e colaborou
na imprensa carioca, escrevendo sobre folclore, tema de sua
especialidade.
Depois de um começo neoparnasiano, com o volume Espectros, 17
sonetos de tema histórico, lançado em 1919, publicou dois
livros de poemas de inspiração nitidamente simbolista: Nunca
mais... o poema dos poemas (1923) e Baladas para el-rei
(1925). De 1922 em diante foi atraída pela recentemente
deflagrada revolução modernista. Aproximou-se do grupo
literário Festa, ao qual não chegou porém a pertencer,
mantendo a independência que sempre a caracterizou.
Foi com Viagem (1938), premiado pela Academia Brasileira de
Letras depois de um acalorado debate suscitado pelo
modernismo, que se deu a afirmação plena das qualidades que
caracterizam a obra de Cecília Meireles: intimismo, lirismo,
tendência ao misticismo e ao universal, e retorno à fonte
popular, em versos de grande beleza e perfeição formal. A
partir desse livro, firmou-se sua integração ao modernismo,
como resultado de uma evolução estética e pessoal que
iniciou-se no parnasianismo, passou pelo simbolismo e
assimilou técnicas herdadas dos clássicos, dos gongóricos, dos
românticos e dos surrealistas.
Cecília Meireles reafirmou a importância de sua contribuição à
poesia da língua portuguesa em vários outros livros, entre
eles Vaga música (1942); Mar absoluto (1945); Retrato natural
(1949); Doze noturnos da Holanda (1952); Romanceiro da
Inconfidência (1953); Metal rosicler (1960); Poemas escritos
na Índia (1962); Solombra (1964) e Ou isto ou aquilo (1964).
Em português clássico, a autora serviu-se de todos os metros e
ritmos com a mesma flexibilidade, a fim de construir uma obra
ao mesmo tempo pessoal e universal. Morreu em 9 de novembro de
1964, no Rio de Janeiro.
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